sábado, 14 de setembro de 2013

Cronicas do conhaque com gelo 4 - O rock é uma arvore

RoCk é uma arvore

Costuma-se usar adjetivos para definir o que o homem ocidental chamou de Rock and Roll, todavia, eu me utilizo de um conceito que pode melhor defini-lo: Árvore.
Os nórdicos e germânicos tinham a sua Ygdrassil, Descartes falava de uma árvore metafórica para falar que o mundo físico é baseado em raízes metafisicas, e o rock, por sua vez, também poder ser visto como uma arvore, quase como uma arvore evolutiva, com seus respectivos subgêneros em cada um dos galhos. O rock é cheia de ramificações, tendo como raízes, o blues.




Goticos, hard rockers, punks, metalheads, grupos como estes não estabeleceram um sistema de valores original e distinto dos valores e convenções que estão em voga. Os entes que fazem parte destes grupos, podem diferenciar do homem banal e comum apenas em alguns comportamentos, rituais, mas, em essencia, compartilham dos mesmos preceitos, valores, aceitando coisas que o homem deste novo século ainda aceita, como a monogamia, por exemplo. 

O único grupo que eu poderia reconhecer como uma cultura alternativa seria a cultura hippie, mas os indivíduos que compõem este grupo ainda compartilham algo em comum com o resto de nossa sociedade: o individualismo. Em particular, é o individualismo que une esse e muitos outros grupos num mesmo escopo. Mas poderia eu desqualificar a originalidade de um grupo considerando um, dois ou talvez três ou cinco características em comum com esta ou aquela sociedade? Se assim fosse, não seriam todas as culturas, na verdade, pertencentes a uma mesma cultura? O que há, na verdade, são semelhanças entre as culturas.
O que une as culturas, segundo Claude Strauss, em seu livro "Raça e Cultura", é a tendencia de uma cultura traçar uma linha invisivel, que de um lado está os superiores e o outro lado os inferiores. Os inferiores, seriam, neste caso, sociedades que aquela cultura define como inferiores. Os superiores, seriam, no caso, um adjetivo que os individuos desta cultura usariam para se auto-definir. Strauss infere que muitas culturas já fizeram isso, e a cultura que consideramos inferior também nos considera decadentes e inferiores, e por isso, quando estamos agindo desta forma, não estamos mais do que se assemelhando a cultura que tanto desprezamos ou criticamos. Strauss também argumenta, neste mesmo ensaio, que não há necessariamente uma raça, ou cultura superior a outra em todos os aspectos, e que estamos sujeitos a perecer no equivoco se considerarmos a tecnização como critério para julgar o desenvolvimento e progresso de todas as culturas no mundo. Se nosso critério fosse a habilidade de sobreviver no mato, não duvido que nós, ocidentais, seriamos considerados como uma cultura inferior e pouco desenvolvida.

Mas por que eu escrevi esse post? Com que intuito? Meus posts, de alguma maneira, servem como uma resposta a alguém. Neste caso, serve como uma resposta ao meu "eu do passado" e a um contato que eu chamo de "profeta" devido a seu interesse mórbido por conspirações. Este contato, em especifico, havia me dito que os metalheads são mais inteligentes. Eu, logo, discordei, pois para mim, nada me garante que um metalhead me ofereça verdadeira companhia. Um individuo pode até ter os mesmos gostos musicais, mas, pode ser como qual quer ser banal que se desinteressa por historia, filosofia, cinema...Enfim, só a musica que nos une. 

Em si mesmo, o rock é vazio, assim como outros estilos distintos, como também qual quer objeto e sujeito em nosso mundo conhecido. O rock não é bom em si mesmo, como o pagode não é ruim em si mesmo. Sem um sujeito cognoscente para colocar adjetivo nessas coisas, o rock e o pagode não são nada alem de sons que não fazem sentido para animais ou arvores. 

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